segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O corpo fala



Da nossa frequencia surgem as ressonâncias 
pequenas, grandes.
 Equilibrio.
E se lambusam, se lambeiam
e o ar falta e sopra
e o querer aumenta e afaga.
E a física perde o sentido.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Palavras mal-ditas

Mais um trago daquele maldito cigarro 
me consome, 
me engasga, 
embolia minhas palavras.
Palavras ardidas, 
quentes 
e febris 
chegam a queimar a garganta, 
formam labaredas 
que tocam o céu da boca.
O único líquido capaz de dominá-las 
são lágrimas.
Um suspiro de impotencia!
Cerro a boca, 
engulo tudo com um gole de uma coisa qualquer 
que desce entalando.
Ajeita, 
apruma, 
deita, 
silêncio!
O sabor amargo, fétido e cinza,
misturado à saliva grossa, quente e amarela 
 faz a noite toda se esvair 
fria e embaçada.
As palavras ja não se permitem sonorizar aos ouvidos, 
mas na cabeça latejante de ressaca e meras ideias.
Vai ver o acaso, destino, seja la como for, 
resolveu que esse mal eu teria de sofrer.
 .

O dia seguinte, cinza como quis ser, 
amanheceu com um afago, 
um abraço,
um toque,
...
Uma mescla de cores 
 fez deixar de lado a sombra 
cinza e maldosa que não se desprega mais de mim.